segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Ocupado demais.

Oi pessoal! Escrevi um mini-conto romântico, sempre quis ler algo parecido, mas nunca encontrava uma história do gênero que escrevi. Então, a solução foi ter que inventar uma. Créditos á Barbara Ellem Lemos, que fez um EXCELENTE trabalho como revisadora do texto. Sua empresa se chama "Caneta Mágica" e queria que vocês curtissem a página no Facebook e visitassem seu site. Espero que gostem!

LEIA AQUI: 

- Eu não consigo explicar o que eu estou sentindo agora, sabendo que finalmente nos encontraremos. Finalmente!Apenas mais dois dias e eu te verei! – Digitei enquanto a Natália estava online.

- Serão apenas cinco dias comigo, mas farei com que esses dias sejam os melhores das nossas vidas, meu amor. Curarei a saudade que sentimos neste ano em que não ficamos juntos fisicamente. Confie em mim, eu prometo que farei valer a pena. - Ela me respondeu rapidamente.

- Tenho certeza. - Digitei de volta. – Ah!, minha mala já está pronta. Todo dia eu me notifico para ter certeza de que seu presente de natal está lá dentro.

- André, meu presente de natal é a sua presença. Nada mais do que isso. É o suficiente.

- Sim, mas eu a presentearei.

- Você é muito besta, sabia? Mas que seja!Venha vestido com a camiseta que eu te dei em seu aniversário.

- E quanto a você, use o meu perfume, mocinha!

- Nós dois com o mesmo perfume ficará muito estranho, não acha?

- Um dia, seremos apenas um, então não importa.

- Sei. Agora, eu tenho que ir. Trabalharei cedo amanhã, ainda; sonhe com sua deusa, diva, maravilhosa, rainha, vulgo eu. Ah!, minha mãe te mandou um beijo.

- Mande outro para ela. Eu já estou em férias, então morra de inveja. Aliás, sonhar contigo é um pesadelo, querida.

- Garoto, você me tira do sério!

- Você me tira mais ainda.

Abaixei a tampa do netbook, fechei os olhos e suspirei. Eu amava a forma como ela me dizia "eu te amo". Sorri ao me lembrar de nossos planos para o futuro. Assim pensando, extasiado de paixão, atirei-me em meu colchão e adormeci rapidamente.


Os dois dias passaram tão devagar! Minhas mãos suavam, as batidas do meu coração se intensificavam... minha mãe não sabia mais o que fazer para me acalmar.

- Respire fundo, respire fundo... - Ela falava. – Dará tudo certo, sim. Não se preocupe.

Eu apenas concordava com a cabeça. Lembro-me de que, no início do meu relacionamento com a Natália, eu a escondia de todo mundo; apenas nossos amigos mais íntimos sabiam disso. Para receber o primeiro presente que ela me enviou, tive que passar  o endereço do apartamento do Hugo, meu melhor amigo da adolescência. Um dia, resolvi arriscar e dei o meu endereço para receber meu presente de aniversário. Quem recebeu a caixa de madeira com a camiseta foi minha mãe; ela me perguntou quem era Natália e eu tive que explicar tudo, desde como a conheci, num grupo de fãs do Coldplay no Facebook, até como decidimos passar o natal juntos.

Como toda mãe, ficou com medo; então tive que mostrar todas as nossas conversas pelo Facebook e WhatsApp, as imagens e vídeos e até as cartas, apenas para provar que não havia perigo algum. Tive que contar também ao meu pai, que aceitou numa boa; ao meu irmão, que ficou feliz por eu ter desencalhado, assim como toda família, que se espantou.

Quando minha mãe terminou de ler tudo, o que demorou uns dois dias, ela olhou bem nos fundos dos meus olhos e disse:

- Filho, você tem a minha benção. Serei a sogra mais amável do mundo, prometo! – Então, começou a chorar de alegria. Dias depois, foi ela quem me levou ao aeroporto.

Era 20 de Dezembro e o aeroporto de Curitiba estava lotado por causa das viagens de fim de ano. Caminhei entre as pessoas, arrastando minha mala, com minha mochila nas costas e minha mãe ao meu lado. Fiz o check-in, despachei as malas e me despedi da minha mãe. Fui para a sala de espera e lá permaneci por mais de trinta minutos.

- Atenção, passageiros do voo 1704 com destino ao Rio de Janeiro: formem fila no portão de embarque imediatamente. - A voz feminina ecoou no saguão do aeroporto.

Fui o primeiro da fila. Após conferir meus documentos, fui autorizado a entrar na aeronave; sentei-me em minha poltrona e aguardei mais 20 minutos até que ouvi a voz do piloto informando sobre o tempo no Rio de Janeiro e a duração da viagem. Em poucos minutos, estava nas nuvens, literalmente.

A viagem foi tranquila e durou apenas 50 minutos. Quando a aeronave pousou, a ansiedade se intensificou. Vi as pessoas se levantarem de suas poltronas e partirem em direção à saída do avião e fiz o mesmo; Demorei menos de cinco minutos para pegar minhas malas e sair da aeronave.

Havia chegado o momento. Sabia que ela já estava ali, pois prometeu esperar quanto tempo fosse preciso. Quando saí pelo portão de desembarque, onde várias pessoas esperavam, cada uma por um passageiro, procurei Natália pela multidão e logo nossos olhares se cruzaram em pura sintonia, assim como nossos sorrisos se sincronizaram. Soltei minha mala e joguei a mochila das costas, também no chão. Abri os braços e esperei que ela corresse para cima de mim; tão pequena! Vinha em minha direção trajando um vestido branco com bolinhas em azul. Ah!, finalmente!

Em seu abraço, encontrei segurança: apertei-a forte demais. Apaixonei-me pelos seus cabelos pretos, macios e cheirosos. O perfume que pedi para que usasse, não usou por teimosia, mas usou uma fragrância suave que “casou” com o momento. O abraço se estendeu até que nos encaramos, trocamos sorrisos e um beijo.
Não trocamos palavra alguma, pois sabíamos que não havia necessidade. O sabor dos seus lábios fez com que o tempo parasse, como se nada mais importasse. Poderia ter acontecido de outra maneira: eu poderia ter pegado um táxi em direção à sua casa; o voo poderia ter atrasado e ela, cansada de esperar, ido embora; poderia, ainda, ter ido ao banheiro na hora em que eu cheguei, mas não. Tudo aconteceu da maneira como combinamos. 


Realmente, nada mais me importava: as pessoas ao redor, meu telefone tocando no bolso de minha calça ou o risco de ter as bagagens roubadas; estava ocupado demais com meu primeiro beijo.